Por Bianca Oliveira,
de Macapá
O
clássico da literatura inglesa Robinson Crusoé, criado pelo escritor inglês Daniel Defoe, foi publicado originalmente em 1719, no Reino Unido.
Desde então, teve inúmeras adaptações no cinema, já que seu protagonista é um dos
personagens mais famosos da literatura. Agora em 2016 o diretor francês Vincent Kesteloot tenta, numa versão em animação feita em co-produção com a Bélgica, apresentar um olhar diferente dessa história
que conquistou o mundo.
As Aventuras de Robinson Crusoé conta a história de um homem que, após um acidente
de barco, vai parar em uma ilha exótica, precisando sobreviver e superar seus
medos. Na animação, obviamente, muito
coisa foi omitida. A ilha deserta do livro foi transformada em uma ilha habitada por animais de
todas as espécies que falam e que são super desconfiados. Terça-Fira é o nome do papagaio tagarela sonhador, que nesta versão é o narrador principal. O papagaio, junto com seus amigos, tenta proteger a ilha do invasor Crusoé, mas por fim os animais descobrem
que os verdadeiros inimigos são os gatos que estavam a bordo do navio
naufragado. Daí nasce uma união muito bonitinha... e atrapalhada também.
Em
tempos em que as animações são feitas para todos os públicos, inclusive os adultos,
nesse longa vemos nitidamente a intenção do diretor em atingir o público
infantil, e somente ele, o que dificilmente ele conseguirá porque comete tantos excessos que até criancinhas pequenas
ficarão entediadas.
O máximo que o longa consegue é proporcionar algumas risadinhas
mas que logo serão esquecidas, além daquela clássica luta entre o bem e o mal
(zzZzZ). O roteiro é fútil e os personagens, vazios e desinteressantes, além do
filme não ter ritmo e ter um péssimo desfecho (parece mais que Kesteloot não sabia
como terminar e pegou qualquer coisa que se encaixava).
A
história de Crusoé é extremamente rica, mas pelo visto a opção do filme foi usar seu nome apenas para atrair mídia, já que os personagens principais são os animais; o que no livro era a ação principal neste filme foi transformado em um
negócio chato de pano de fundo. Não que utilizar animais seja algo ruim, várias
animações provaram o contrário, mas nesse caso não houve construção dos personagens, que nem ao menos nos foram apresentados direito.
Pelo menos a
estética salva, visualmente o filme é muito bonito, os efeitos, sons, 3D...
tudo foi caprichado, mas não passa daí. As Aventuras de Robinson Crusoé mostrou
que é possível transformar o tempo dos pais com seus filhos, no cinema, em
verdadeiro pesadelo e tédio interminável.